Um roubo de elétrons como esse não acontece na natureza por causa da escandalosa quantidade de energia necessária para que isso aconteça.
Você tem idéia do que sejam femtosegundos? Pois saiba que todo o processo acabou em menos de 30 femtosegundos. Isso mesmo!
Esta palavra grande serve para designar uma unidade de medida de tempo tão pequena que qualquer evento que ocorra ao seu redor e dure femtosegundos, certamente será totalmente imperceptível. Um femtosegundo corresponde a um quadrilionésimo de segundo. Mas finalmente, o que foi que durou apenas 30 femtosegundos?
Uma equipe chefiada por Sebastien Boudet, da Universidade de Stanford nos EUA, concentrou a intensidade total do laser de raios-X mais poderoso do mundo em uma única molécula. O que aconteceu? Este é o grande detalhe desta super notícia.
O resultado da experiência, para a surpresa dos cientistas, foi a formação de um "buraco negro" molecular que consome qualquer coisa em seu caminho. Em experiências passadas, foram usados lazers de baixa intensidade para destuir pequenas moléculas de iodemetano e retirar os elétrons que envolviam o átomo de iodo. O experimento com laser de alta intensidade fez surgir um vazio que, antes de explodir rapidamente, começou a sugar todos elétrons do resto da malécula, semelhantemente como acontece com os buracos negros espaciais. O processo do nascimento do buraco negro microscópico até sua explosão, durou 30 femtosegundos; a molécula que serviu na experiência, perdeu mais de 50 elétrons (muito mais do que o esperado).
Primeiramente a equipe experimentou o lazer com átomos simples de xenônio. A área atingida foi de pouco mais de 100 nanômetros de diâmetro, 1000 vezes menor que a largura de um fio de cabelo humano. Na explosão os átomos foram despojados, criando assim um "átomo oco"; porém o vazio foi logo preenchido por elétrons que começaram a cair em cascata, das partes externas; só o que restou foram os elétrons mais bem ligados.
Na experiência com o átomo de iodo, os elétrons dos átomos vizinhos (de carbono e hidrogênio) foram puxados para dentro do buraco; cada vez que o átomo puxava os elétrons roubados, o feixe de laser os explodia novamente, e o átomo acabou perdendo 54 elétrons. A equipe repetiu o processo usando uma molécula de iodobenzeno ainda maior, e ocorreu um fenômeno semelhante.
"Nós estimamos que mais de 60 elétrons foram expulsos, mas na verdade não sabemos onde ele parou, porque não conseguimos detectar todos os fragmentos que voaram quando a molécula se desmoronou. Essa é uma das perguntas abertas que precisamos estudar ". Disse Artem Rudenko, um dos pesquisadores da Kansas State University. .F
Com informações Daily Galaxy
Focou??? Fúlvio Garcia