As superbactérias resistentes aos antibióticos são uma das maiores ameaças à saúde pública
A época de ouro da descoberta dos antibióticos aconteceu entre as décadas de 40 e 70. A grande maioria dessas drogas foram desenvolvidas a partir de micróbios do solo. Dos anos 70 para cá muitas infecções foram contidas com uso de antibióticos sintéticos e semi-sintéticos, isto é, os que são totalmente manipulados e os que possuem substâncias naturais que são alteradas quimicamente em processos laboratoriais. Porém as gerações de antibióticos sintéticos não estão conseguindo combater as bactérias super-resistentes.
A grande preocupação dos profissionais de saúde atualmente é com a proliferação de bactérias super resistentes capazes de resistirem a qualquer medicamento. Atualmente tem ocorrido muitos casos de infecção por superbactérias e já se falou na possibilidade de estarmos entrando numa era pós antibiótico. Pensando nos riscos de vivermos num mundo onde os antibióticos não mais oferecerão resposta às mais variadas estirpes de bactérias, os cientistas têm iniciado pesquisas que encontrem caminhos alternativos para conter essa grande ameaça. Uma equipe chefiada pelo professor Richard Elbright diretor do laboratório Waksman do instituto de microbiologia da Universidade Rutgers aposta na volta dos antibióticos desenvolvidos a partir de produtos secundários do metabolismo
microbiano e está pesquisando uma amostra de solo colhida na Itália sendo que a partir dele foi possível desenvolver, a pseudouridimicina, um antibiótico que promete ser uma arma contra as bactérias super resistentes.
Para Elbright o solo ainda pode ser uma ótima fonte de substâncias que podem oferecer a cura para as infecções e prova sua idéia com o seu antibiótico desenvolvido a partir de micróbios existentes no solo.
"Acontece que não só é possível, mas relativamente fácil encontrar novas classes de agentes antibacterianos relativamente potentes que foram perdidos antes", disse Ebright.
O antibiótico criado pela equipe de Elbright bloqueia as RNA polimerase que são enzimas responsáveis pela síntese de RNA a partir de seqüências de DNA e RNA, imitando um nucleósito-trifosfato (um dos formadores do RNA). Uma das estratégias biológicas das bactérias é modificar as ligações na superfície da enzima. O antibiótico desenvolvido pela equipe de pesquisadores, ocupa esses espaços e assim impedem o desenvolvimento de resistência por parte dos patógenos.
A pseudouridimicina já demonstrou sua eficácia contra o Staphylococcus aureus, resistente à meticilina, que é uma ameaça constante em ambientes hospitalares. Sem dúvida o sucesso contra patógenos super resistentes à antibióticos é uma excelente notícia não apenas no mundo científico, mas para todas as pessoas que por algum motivo possam ter que fazer algum procedimento cirúrgico ou permanecer hospitalizada. .F
Com informações Seeker
Focou??? Fúlvio Garcia
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