Além de radiações mortíferas, total ausência de oxigênio e falta de gravidade o pó lunar, também, pode ser um problema sério para os astrônomos.
O ambiente espacial é mais inóspito e perigoso do que pensamos; além do oxigênio presente em nossa atmosfera, temos também vários escudos que nos protegem dos perigos vindos do espaço. Quando um astronauta sai da atmosfera terrestre ele está arriscando a vida a cada instante. Na Lua, que não tem nenhum tipo de atmosfera, os riscos do espaço continuam presentes, além é claro dos problemas que existem em solo lunar como os grãos de pó que, devido à ausência de atmosfera, não sofrem erosão e não se desgastam; o resultado é que eles permanecem afiadíssimos, podendo assim danificar (por abrasão) os materiais levados pelos astrônomos, como por exemplo, suas roupas: o grande problema que as equipes do programa Apolo enfrentaram quando chegaram à Lua foi o pó que se agarrava a tudo e endurecia as articulações do traje espacial. Além de serem afiados, o pó lunar é exposto constantemente aos raios UV e aos ventos solares que os tornam eletrostaticamente carregados e assim pegajosos, se aderindo como imãs aos trajes espaciais; além de causar abrasão aumentam a temperatura no seu interior devido a alta absorção solar.
A pesquisadora Kavya Manyapu, uma Ph.D. Aluna da Universidade de Dakota do Norte tenta achar uma tecnologia de mitigação de poeira, integrada no próprio traje espacial. Sua pesquisa, "Demonstração de conceito de novas tecnologias para mitigação de poeira do espaço espacial lunar", foi recentemente publicada na Acta Astronautica. Seu conceito inclui um componente ativo e um componente passivo. A parte passiva é um revestimento resistivo adaptado de uma invenção da NASA para superfícies de radiação térmica. A parte ativa é um conceito eletrodinâmico originalmente desenvolvido na NASA para trabalhar em superfícies mais rígidas, como células solares. Para adaptá-lo para trajes espaciais, o escudo foi alterado para usar eletrodos flexíveis de nanotubos de carbono que expulsam e removem o pó do traje.
Nos testes, a camada externa do traje espacial conseguiu repelir 85% do pó lunar (simulado). O próximo passo será testar em porções maiores do traje.
Como a NASA está focada em enviar uma missão tripulada à Marte em 2030, já existem projetos de estudos do solo marciano, através de missões robotizadas que dirão que tipo de poeira existe em Marte. Na exploração do Sistema Solar qualquer particularidade por mínima que seja tem que ser observada com toda a seriedade. Criar um traje que resista a todas as condições hostis existentes fora da atmosfera da Terra é um ponto crucial para qualquer missão que pretende explorar não apenas a Lua, mas asteróides e outros planetas. .F