Parece uma serpente, mas não é.
Com uma tonalidade cinza, totalmente lisa, medindo quase 1 metro e, a depender do ângulo que se vê, possuindo a aparência de um falo, a Atretochoana eiselti é um anfíbio muito próximo das salamandras e dos sapos.
Até pouco tempo atrás, pouco se sabia a seu respeito; os únicos exemplares existentes estavam, um no Museu de História Natural de Viena, Áustria, coletado no início do século 19 e o outro descoberto em 1998, integrando o acervo da Universidade de Brasília.
Em 2011 foram descobertos 6 espécimes no canteiro de obras da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, no Rio Madeira, em Porto Velho, Rondônia. Esta nova descoberta contribuiu para um melhor conhecimento da biologia do animal e para saber o local de sua ocorrência, provavelmente em todo o Rio Madeira até a região da Bolívia.
Tal como as salamandras a Atretochoana não possui pulmões; são aquáticas e devido a ausência de pulmão, suspeitava-se que conseguia respirar pela pele e que seu habitat era, devido a isso, em águas bastante oxigenadas como riachos com corredeiras. Hoje já se sabe que esta teoria estava errada, depois que foram encontradas nas águas turvas e não muito ricas, em oxigênio, do Rio Madeira.
Bem próximos à pele da Atretochoana, estão os capilares sanguíneos que podem facilitar a respiração cutânea; porém especialistas não descartam que haja também outros meios de troca gasosa, realizada na cavidade bucofaríngea ou então pelo intestino, sendo possível também uma respiração cloacal, observada em algumas espécimes de tartarugas.
A dúvida fisiológica a respeito de como um animal de quase um metro pode respirar sem pulmões ainda persiste; além disso, nada se sabe sobre sua história natural, hábitos e relações filogenéticas.
Dois dos espécimes encontrados no Rio Madeira, estão no Museu Emilio Goeldi, em Belém, Pará. .F
Focou??? Fúlvio Garcia
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