Órgãos humanos poderão ser feitos a partir de vegetais.
Medicina regenerativa é uma novidade e promete ajudar na restauração de tecidos ou órgãos danificados. Nessa especialidade estão reunidas um grupo de abordagens biomédicas e terapias clínicas inclusive a utilização de células tronco.
Os pesquisadores já conseguiram criar artificialmente traqueias e bexigas e tentam avançar ainda mais na produção de órgãos mais complexos. Um grande avanço para a Medicina regenerativa seria na diminuição do custo dos produtos disponíveis no mercado; muitas vezes o custo se torna proibitivo para muitas pessoas (entre 30 a 1.5 mil dólares por centímetro quadrado de tecido).
O biofísico Andrew Pelling da Universidade de Ottawa no Canadá está utilizando frutas, legumes e até flores na reconstrução de partes do corpo humano.
Então, no futuro não muito distante, muitas pessoas terão partes do corpo formadas com vegetais? Não é assim, tão objetivamente, que as coisas acontecem no mundo da ciência. A técnica que Pelling está aperfeiçoando consiste em remover as células de DNA de uma maçã, por exemplo, até que sobre apenas a sua estrutura de celulose que é, a armação, o esqueleto da maçã. Essa estrutura é existente na maioria dos vegetais e tem característica fibrosa; é responsável por dar a rigidez e firmeza aos vegetais.
Sabendo que a estrutura de celulose é um excelente material na reconstrução de partes do corpo, tudo o que a equipe de Pelling teve que fazer foi esculpir maçãs em formato de orelha (por exemplo), retirar todo DNA e com o "esqueleto" de celulose nas mãos, preencher com células humanas, formando então uma orelha novinha em folha! O cientista canadense, transplantou as estruturas de celulose em uma cobaia e conseguiu observar a formação de vasos sanguíneos. Com o sucesso da experiência, está fazendo testes semelhantes com aspargos, pétalas de flores e outras frutas, legumes e verduras. Os aspargos, segundo o cientista são úteis na formação de nervos e vasos sanguíneos; já as flores podem fornecer estruturas ideais na produção de pele.
O principal benefício do uso de vegetais na medicina regenerativa é o barateamento dos materiais, muitas vezes derivados de animais e cadáveres humanos.
"O próximo desafio é saber se poderemos trabalhar com organismos mais complicados, órgãos, músculos ou ossos", disse Pelling.
Focou??? Fúlvio Garcia
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