A CD32a está presente na superfície de células T infectadas pelo HIV
Atualmente cerca de 36,7 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com HIV, sendo que apenas 17 milhões têm acesso a terapia anti-retroviral, que torna o vírus latente no organismo. As drogas criadas ao longo dos anos, aumentaram e muito a sobre vida de infectados, dando-lhes boas condições de saúde; porém, mesmo com o recuo dos sintomas causados pelo vírus, não há a sua eliminação do organismo.
Quando as drogas atuais são administradas no organismo do paciente, o HIV "se esconde" em reservatórios secretos das células imunes de longa duração (células T), integrando o seu material genético no DNA do paciente, e daí fica a espera de condições adequadas para novamente se manifestar. Caso o paciente pare o tratamento, em algumas semanas os sintomas causados pelo vírus reaparecem.
Como o vírus esconde seu material genético no DNA das células T, se tornam muito difíceis de rastrear. Porém, temos uma boa notícia, vinda quentinha da França!
Uma equipe de cientistas franceses descobriram um biomarcador que mostra as células infectadas. Esse "delator" é a proteína CD32a presente apenas em células T, onde o HIV está escondido. Esta descoberta é um marco na luta contra a AIDS.
Com a proteína CD32a, torna-se possível rastrear o sangue de um paciente e saber exatamente onde estão os focos do vírus. Além disso, essa descoberta pavimenta o caminho para mais pesquisas a respeito dos mecanismos que permitem que o HIV crie seus reservatórios esconderijos.
A proteína CD32a foi detectada primeiramente em um modo de infecção por HIV feito em laboratório. Em seguida a descoberta foi testada em amostras de sangue de 12 pacientes infectados e que recebem tratamento; o resultado foi positivo, sendo totalmente possível separar as células T infectadas das T saudáveis.
"A erradicação do HIV latente exigiria uma redução muito maior no número de células latentemente infectadas no corpo" Disse Douglas Richman da Universidade da Califórnia.
Tony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos, é também cauteloso em relação à descoberta da proteína; em entrevista à revista Nature, ele sugeriu que um bom passo seguinte seria replicar os achados em mais amostras de sangue de uma variedade maior de pacientes que têm o vírus.
"Eu realmente espero que isso esteja correto", disse Fauci. "O fato de que este trabalho foi feito por investigadores competentes, e os dados parecem bons, me faz otimista." .F
Focou??? Fúlvio Garcia
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