Esta técnica permitirá enfrentar a leucemia mielóide aguda (AML), alguns tipos de câncer de pulmão e de mama, e também a leucemia mielóide crônica (CML), entre outros.
O câncer estaria com os dias contados? Será que algum dia esta terrível doença que significa, para muitos, uma condenação à morte será perfeitamente curada? Tudo caminha para que isto aconteça; não raramente surgem novos estudos que explicam como atacar os mecanismos bioquímicos de formação e proliferação (metástase) de tumores malignos.
A última boa notícia da guerra contra o câncer é que os cientistas norte americanos descobriram duas proteínas que estão intimamente implicadas na saúde do tumor maligno. O estudo foi publicado primeiramente na revista "Nature".
O bloqueio das proteínas sinalizadoras c-Fos e Dusp 1, juntamente com o tratamento quimioterápico convencional obteve bons resultados sobre, pelo menos, um tipo de leucemia humana; os testes foram realizados em ratos com leucemia.
"Acreditamos que nos próximos cinco anos nossos dados mudarão a forma como as pessoas abordam o desenvolvimento do câncer e o tratamento", explicou o especialista responsável pela pesquisa, Mohammad Azam. "Este estudo identifica um possível 'calcanhar de aquiles' nos cânceres provocados pelas proteínas quinases, que queremos que seja uma cura, não apenas um tratamento" . Completou.
Esse "calcanhar de aquiles" de alguns cânceres está justamente num nódulo sinalizador (formado a partir das proteínas c-Fos e Dusp1) que atua na formação de células malignas não apenas de leucemia como também de outros cânceres.
A enzima tirosina quinase, que provoca a Leucemia mielóide crônica (CML), é formada pela união de dois genes: o BCR e o ABL. Quando os pesquisadores analisaram as células dos pacientes com CML, descobriram "níveis extremamente altos" de c-Fos e Dusp1 em células com os dois genes (BCR-ABL) que são justamente resistentes à quimioterapia (que funciona bloqueando as vias de acesso molecular afetadas por uma expressão gênica).
A CML retorna após o fim do tratamento com o Imatinib, pois ele suprime a enzima tirosina quinase apenas temporariamente. Segundo os cientistas, isso acontece pela presença em níveis altos, das duas proteínas, que juntas proporcionam a sobrevivência das células-tronco do tumor, mantendo-as em estado residual. Quando o tratamento quimioterápico é finalizado, as células malignas voltam a atividade.
A solução proposta pela equipe de Azam é a utilização dos inibidores de tirosina e também das proteinas c-Fos e Dusp. Segundo os pesquisadores, a combinação dessas duas formas de tratamento foram responsáveis pela eliminação da CML em 90% dos ratos. .F
Focou??? Fúlvio Garcia
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