"Não basta ter uma boa mente", escreveu Descartes. "O principal é usá-la bem."
René Descartes foi um pensador francês que contribuiu muito para o desenvolvimento tanto da Matemática como da Filosofia. Tanto é assim que é chamado de pai da Matemática moderna, além de alguns darem a ele a paternidade, também, da ciência moderna. Na Filosofia ele ganhou um título não menos importante: O fundador da Filosofia moderna.
Sem dúvida foi uma personalidade interessante; desde muito jovem colocou na cabeça que precisava achar a verdade. Procurou-a nos livros, mas não se convenceu e daí decidiu tentar acha-la no mundo. Se meteu em várias aventuras enquanto viajava por vários lugares; como era um ótimo espadachim entrou na vida militar se alistando nas tropas de Maurício de Nassau e depois nas do imperador da Baviera. Sua índole aventureira talvez o tenha ajudado a mergulhar nas águas profundas do pensamento matemático e filosófico a tal ponto de conseguir fazer a união entre a Álgebra e a Geometria gerando, assim, a Geometria Analítica e o Sistema de Coordenadas. Na Filosofia, tentou mostrar que todo o conhecimento, inclusive o científico requer, para ser válido, um fundamento metafísico, partindo da dúvida metódica: posso duvidar de tudo, até mesmo das verdades matemáticas, mas de uma coisas não é possível haver dúvidas: a minha consciência da dúvida. É justamente essa dúvida que me permite me descobrir como ser que existe. As conseqüências filosóficas deste pensamento iriam ser grandes e várias gerações de filósofos posteriores trabalharam em cima dessas teorias que criaram o ambiente intelectual necessário para o Racionalismo.
É justamente com os desdobramentos do método científico cartesiano (referente a Descartes) que os cientistas de hoje se aventuram no mundo da ciência e é com esse método que eles agora tentam estudar o cérebro do qual saiu tantas idéias boas tanto na Matemática como na Filosofia.
Não é de hoje que os cientistas se perguntam se os cérebros dos gênios (especialmente as formas em suas superfícies) poderiam conter pistas sobre as inteligências desmesuradas de seus donos. Só é possível saber disso, abrindo a cabeça do "gênio"(depois de morto, é claro) e estudando o seu cérebro; foi assim que fizeram com Einstein. O problema de estudar o cérebro de Descartes é que ele morreu em 1650; ou seja, tudo o que resta de nosso gênio são ossos. Assim, com técnicas normalmente utilizadas para estudar seres humanos pré-históricos, os pesquisadores criaram uma imagem 3D do cérebro de Descartes (Foto acima), digitalizando a impressão que deixou no interior do crânio, que foi mantido por quase 200 anos no Museu Nacional de História Natural em Paris. O resultado comparado com as dimensões totais de um grupo de 102 outros cérebros, deu normal. Apenas uma coisa saiu acima da média considerada normal: uma protuberância incomum no córtex frontal, em uma área que estudos anteriores sugerem que pode processar o significado das palavras. Mas isso não quer dizer que ter um córtex frontal maiorzinho seja um sinal óbvio de inteligência. Talvez uma inteligência acima da média não seja resultado de uma área cerebral maior. Talvez todos os humanos nasçam com as mesmas possibilidades de desenvolver inteligência; o que muda então de um indivíduo sadio para outro são variáveis como a estimulação nas primeiras fases da vida, a capacidade de focar em um problema específico, a concentração nele e a habilidade de saber usar a característica que torna o ser humano diferente dos outros seres vivos: A inteligência. .F
Com informações science mag