A bactéria que pode acabar com todos os antibióticos conhecidos, já está entre nós. Quem confirma isso são os pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da USP que descobriram o gene mcr-1 em cepas de bactérias (de Escherichia coli) de animais de criação; além disso, os pesquisadores também confirmaram o primeiro caso de infecção com bactérias super resistentes no nordeste.
Esse gene pode transformar bactérias comuns em superbactérias e além disso, pode ser transmitido de uma para outra, o que faz com que o controle das autoridades de saúde fique muito mais difícil.
A não muito tempo atrás a comunidade médica acreditava que a Colistina, o anti-biótico mais potente conhecido, não seria superado por bactérias mutantes. Já no fim do ano de 2015, cientistas chineses descobriram o gene mcr-1 e então o fim da era do antibiótico foi proclamada. Bactérias carregando esse gene já haviam sido encontradas em animais de produção, o que sugere que os antibióticos de uso veterinário usados neles sejam os responsáveis indiretos pela disseminação da resistência bacteriana.
No Brasil, no início deste ano, nosso grupo de pesquisa identificou pela primeira vez a presença do gene mcr-1 em animais de produção das regiões Sudeste (São Paulo e Minas Gerais) e Sul (Paraná e Santa Catarina), o que deve ser considerado uma urgência epidemiológica e um alerta para as implicações no agronegócio, visto que o país é um grande produtor e exportador de produtos de origem animal — alertou Nilton Lincopan Huenuman um dos pesquisadores da USP.
Focou ???
Fúlvio Garcia