Desde que Karl Landsteiner descobriu o fator RH e classificou os grupos sanguíneos (sistema ABO) em 1900, um problema ainda não foi sanado: a falta de sangue para doação. Isto se deve ao fato de que não é possível estocar sangue por tempo ilimitado; as plaquetas por exemplo, não passam de 5 dias; os glóbulos vermelhos podem ser conservados por mais tempo, mas mesmo assim chegará um momento que perderão a validade e terão que ser descartados. Ou seja, o que acontece atualmente é que o estoque tem que ser constantemente mantido com novas doações, que nem sempre ocorrem; então a falta de algum tipo de sangue ou plaquetas é sempre uma realidade. Porém a empresa japonesa Megakarion trabalha num projeto revolucionário que praticamente acabará com a falta de doadores e também com o alto custo em manter o estoque conservado, além de reduzir a zero o risco de contaminações. Com a possibilidade de fabricação de sangue artificial, o fantasma da escassez nos bancos de sangue está definitivamente eliminado. O método, já descoberto a uma década, consiste em criar megacariócitos (que são células da medula óssea responsáveis por gerar plaquetas sanguíneas) além de glóbulos vermelhos a partir de células-tronco pluripotentes induzidas (iPS). Essas iPS podem ser reprogramadas para se tornarem qualquer tipo de célula; basta para isso, serem coletadas de qualquer tipo de amostra, como por exemplo, células da pele. Segundo estimativas baseadas na necessidade de sangue, na falta doadores e no envelhecimento da população, o fornecimento de sangue será um problema em 2027.
A Megakarion tem previsão de que consiga fornecer o sangue artificial e atender a demanda mundial até 2022.
Focou ???
Fúlvio Garcia