O ideal de colonizar outros planetas não pode estar separada do avanço dos meios de transportes espaciais; toda dificuldade em chegar e se fixar em outros mundos, passa inevitavelmente pela questão de como vencer a barreira do espaço. Problemas como velocidade, segurança e economia de combustível devem ser sanados antes de qualquer ação colonizadora fora do nosso planeta. É com essa idéia em mente que Charles Bombardier, um engenheiro canadense, inventor e anjo investidor criou um conceito de trem espacial que serviria para levar passageiros e cargas para um planeta que estivesse sendo colonizado por nós, terráqueos.
A idéia chave de Bombardier nesse projeto hipotético é que, numa viagem espacial, depois da pesquisa e do desenvolvimento do projeto, o que custa mais caro são as fases de aceleração e desaceleração; depois que a nave atinge a velocidade de cruzeiro, o consumo de energia se torna mínimo e gastando pouca energia, tudo se torna mais simples. Seguindo esse raciocínio, ele chegou a sua idéia teoricamente inovadora: desenvolver uma espécie de trem que faça o percurso entre a Terra e uma possível colônia espacial viajando a um por cento da velocidade da luz. Note que numa velocidade extrema como essa, levaríamos 2,13 minutos para chegar à Lua, menos de dois dias para Marte e 18 dias para Júpiter. Como isso seria possível, com a tecnologia de que dispomos no momento ? Como seria o gasto de energia neste suposto trem espacial? A tecnologia teria que ser bem avançada, mas isto não é problema; se não temos ela atualmente, não significa que não possamos tê-la no futuro não muito distante; quanto ao consumo de energia, a solução não é muito difícil de ser encontrada; para Bombardier, uma forma de reduzir o consumo de combustível é lançar seu trem espacial na órbita até ele conseguir ganhar impulso suficiente para ser lançado na rota; uma vez embalado ele não pararia mais; quando chegasse na nossa colônia, ele entraria em órbita e não desaceleraria; cápsulas espaciais iriam encontrá-lo; a carga e os passageiros seriam desembarcados em cápsulas que fariam o transporte final do trem para a colônia; as cargas e passageiros que fossem embarcar, fariam a mesma operação; tudo seria feito com o trem sempre em movimento na órbita do planeta colônia. A capacidade de manter-se sempre embalado numa velocidade constante, sem necessidade de gastar combustível para desacelerar e acelerar novamente, reduziria totalmente os gastos.
Ao longo do trajeto, o trem espacial contaria com enormes painéis solares que transmitiriam (por lazer), a energia captada para supercapacitores (presentes no interior do trem).
Se estamos falando de colonização de outros mundos, por que não contar com a captação de água em cometas e pequenas luas? Essa água servirá para abastecer tanto a tripulação como o propulsor a hidrogênio; porém o propulsor principal deve ser iônico; resalta Bombardier.
As questões técnicas vão aparecendo a medida que as idéias sobre este trem interplanetário fluem da mente de seus idealizadores; entre elas as principais que devem ser consideradas são: Como controlar essa nave espacial que viaja tão rápido? Como fazer uma cápsula interceptar o trem para efetuar a operação de carregar ou descarregar as mercadorias e embarcar ou desembarcar os passageiros? Bombardier e sua equipe tentam melhorar seu conceito buscando encontrar respostas para essas questões estruturais na viabilidade de seu projeto. Se eles conseguirão, ou não, tornar seu projeto em realidade só o futuro dirá.
Focou ???
Fúlvio Garcia