As 10 mil espécies de formigas são bastante parecidas na questão do trabalho em equipe. O dia a dia dentro de um formigueiro não é fácil e o que a primeira vista parece um caos, se observado com atenção, revelará uma enorme disciplina e talento natural. A organização social das formigas é baseada na divisão de tarefas. Esse sistema de castas é fundamental para a sobrevivência da colônia.
Toda vez que você encontrar um formigueiro, pode ter certeza de uma coisa: por mais que possa parecer, nenhuma formiguinha está ociosa. Para que a colônia possa manter-se, é necessário que cada uma integrante desempenhe uma função específica; assim temos a rainha que é a matriarca do formigueiro e a mais importante; os machos que só servem, na sociedade, para fertilizar as fêmeas, as guerreiras que defendem o ninho de qualquer ameaça e as operárias responsáveis não apenas pela limpeza do formigueiro, mas pela busca por alimentos. Esta última "colaboradora" serviu para que uma dupla de cientistas, da Universidade de Ulm, ao observar o comportamento da formiga do deserto, chegassem a seguinte conclusão: Elas possuem mais de dois sistemas de navegação. O que isto quer dizer?
A Cataglyphis bicolor do deserto do Saara é capaz de encontrar o caminho de volta para casa, usando uma trilha de feromônios; mas se o vento levar os grãos de areia que foram marcados, impedindo que ela siga sua trilha, ela ainda possui outros dois sistemas: a integração por caminhos em que após andar aleatoriamente em várias direções, conseguem automaticamente computar a distância total (em todas as direções) que foram andadas, voltando em linha reta para o ponto de origem e também, acredite, contar cada um dos seus passinhos; é como se a formiga tivesse um hodômetro. Com esses três dispositivos naturais elas nunca se perdem quando se afastam muito do seu ninho.
Focou ???
Fúlvio Garcia