Os cientistas ficaram tão curiosos a respeito do tardígrado que não perderam tempo em sequenciar o seu genoma. Havia uma suspeita que algo de muito incomum iria ser descoberto e foi isso que aconteceu. A conclusão do seqüenciamento numa primeira análise foi que 17,5% do genoma tardígrado vem de outros organismos como fungos, bactérias, vírus e até plantas. Para os cientistas que conduziram esse estudo, o tardígrado não é resultado da evolução; mas essas características incríveis deve-se a um processo chamado transferência horizontal de genes, onde os genes de vários organismos são transferidos e assim ajudam a dar “super poderes” ao pequeno animal.
Resultado da pesquisa mais recente
Uma nova pesquisa foi feita no Japão com a espécie mais resistente de tardígrado, a R. varieornatus. Na pesquisa anterior, a espécie estudada foi o Hypsibius dujardini um tardígrado, segundo os cientistas, menos tolerante, ou seja menos resistente.
Os japoneses fizeram um novo pente fino no genoma tardígrado, desta vez muito mais rigoroso, criando um perfil genético 100 vezes menos fragmentado que o do estudo anterior; como resultado eles concluíram que o genoma tardígrado é formado por apenas 1,2 por cento de genes estranhos, além de identificar uma série de genes diretamente responsáveis pela alta resistência em ambientes extremos que é sua característica principal.
No genoma do tardígrado foram achadas muitas cópias de uma enzima antioxidante, além de um gene de recuperação de DNA. Quando há estresse oxidativo, o DNA do tardígrado é perfeitamente restaurado. Há também a DSUP que é uma proteína ligada ao seu DNA que atua como um escudo contra os raios X; é por causa dela que essa radiação é inofensiva ao tardígrado. .F
Focou??? Fúlvio Garcia