A diferença entre o remédio e o veneno, dizia Paracelso, é a dosagem. Ao que parece, para a cerveja, este pensamento do médico do século XVI, faz todo o sentido. Universidades e centros de pesquisas ao redor do mundo, atestam que a bebida consumida moderadamente pode ser muito boa para a saúde.
Em primeiro lugar, beber cerveja não está relacionada com a obesidade. Numa caneca de cerveja há mais ou menos umas 200 calorias o mesmo que em uma xícara com leite integral. O que engorda no caso são os petiscos gordurosos que servem de acompanhamento; explica a cientista Rosa Lamuela da Universidade de Barcelona. Ficou surpreso? Pois não fique, porque ainda é cedo. Um estudo de pesquisadores Japoneses publicado na revista científica Medical Molecular Morphology revela que o lúpulo presente na cerveja possui propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que inibem a multiplicação do vírus da gripe e previne a pneumonia. Já num estudo realizado na Finlândia, chegou-se a conclusão de que a cerveja por ser diurética é capaz de reduzir em 40% os riscos de pedras nos rins. Ainda no mesmo estudo, os pesquisadores finlandeses recomendam moderação no consumo: as mulheres devem consumir uma lata e os homens até duas de 350 ml.
Na Universidade de Extremadura na Espanha, a pesquisa está voltada para os benefícios da cerveja contra (vejam só) a insônia. Os pesquisadores afirmam que o lúpulo presente na cerveja aumenta a atividade do neurotransmissor GABA substância que reduz a atividade do sistema nervoso e prepara o organismo para o sono. Pessoas que bebem cerveja regularmente apresentam taxas de vitamina B6 30% mais altas do que as que não fazem o mesmo. Esta constatação vem da Holanda e foi publicada na revista de divulgação científica Lancet. A vitamina B6 é responsável por eliminar a homocisteína, substância que provoca doenças cardiovasculares. No estudo publicado na revista Annals of Nutrition and Metabolism, após um mês de consumo diário de uma lata de 350 ml de cerveja, há o aumento da imunidade do organismo. O Kings College de Londres também divulgou um estudo em que relaciona o silício encontrado na bebida com o aumento da densidade óssea. Para terminar, a cerveja é ótima também na redução do risco de Alzheimer; segundo um grupo de cientistas da Universidade de Loyola nos EUA, quem bebe cerveja moderadamente, tem 23% menos risco de desenvolver a doença. Com todos esses estudos realizados por diferentes equipes de pesquisadores e de forma independente, é quase certo que beber a dose certa de cerveja, pode, sim, fazer algum bem à saúde. Como dizia Paracelso, tudo depende da dose!
Focou ???
Fúlvio Garcia