O problema existe desde as primeiras missões tripuladas ao espaço
"Dentro dos pequenos frascos estão os piores venenos" esse provérbio popular brasileiro tem a seguinte variação: "Dentro dos menores frascos estão os melhores perfumes", mas poderia ser assim também: "Nos menores problemas estão os maiores impedimentos". Esse provérbio cairia muito bem para a NASA, que está enfrentando um probleminha nos planos de ir até Marte: como eliminar o cocô dos astronautas?
Alguém pode responder: basta fazer o mesmo que se fez em todas as missões passadas! Mas quando o assunto é ir para mundos distantes, o problema não é assim tão simples. Nas outras missões, muito mais curtas, os astronautas não precisavam ficar o tempo todo dentro de seus respectivos trajes espaciais; daí podiam tirar toda indumentária e ir ao sanitário da nave ou estação espacial, que não são nada parecidos com os que já estamos cansados de visitar! Para começar, no sanitário espacial, precisamos ficar presos ao assento; isso mesmo! Caso isso não seja feito, tudo irá flutuar; se fosse um vaso sanitário do tipo dos que temos aqui na Terra, ao dar descarga, a água misturada com urina ou fezes iria flutuar no ambiente da nave e a bagunça estaria feita; além das substâncias líquidas e sólidas indesejáveis teríamos o mau cheiro que é, acredite, igualzinho ao que sentimos aqui na Terra; mas não é apenas isso; o pior é que o ambiente ficaria repleto de bactérias. Para que o caos não se instale nas missões espaciais tripuladas, os engenheiros da NASA precisam pensar em tudo; como na ausência da gravidade tudo sai flutuando livremente, inclusive o astronauta, é necessário que exista uma corrente de ar no vaso sanitário para que empurre para baixo tudo o que for jogado nele; o astronauta fica amarrado no vaso, faz o que tem que fazer e liga o jato. Logo depois que as fezes são coletadas, elas são desidratadas, compactadas e guardadas em compartimentos especiais. Sim, elas voltam para a Terra!
Se a necessidade do Astronauta é de natureza liquida, existe uma mangueira que recolhe a urina reciclando-a e tornando-a água potável. Em algumas missões mais rápidas a urina é simplesmente descartada no espaço; quando o armazenamento de cocô chega ao limite a mesma coisa acontece e então a gravidade o incinera, transformando o cocô espacial numa estrela cadente.
Enquanto estão no interior da nave, ir ao W.C é relativamente fácil; a coisa se complica em tarefas fora do veículo; neste caso é inevitável que os astronautas utilizem a Vestimenta de Alta Absorção (MAG em inglês) que é na verdade uma super fralda, capaz de absorver grandes quantidades de fezes e urina. Porém a MAG não é suficiente para tarefas que durem muito mais tempo que as normais e é exatamente isso que vai acontecer, se o homem quiser ir até Marte. No planeta vermelho os trabalhos fora do veículo serão muito mais demorados; ao invés de horas somente, serão dias inteiros e a menos que o astronauta esteja com prisão de ventre, o volume da super fralda tende a aumentar a medida que os dias vão se passando. O que fazer para resolver este problema? A NASA não sabe. A Agência Espacial Americana está tão preocupada com esse pequeno obstáculo que resolveu oferecer 30 mil dólares ao gênio que encontrar uma solução eficaz.
"A Administração Nacional de Aeronáutica e do Espaço (NASA) dos Estados Unidos busca soluções propostas para sistemas fecais, de urina e de menstruação a serem usados nos processos de lançamento e entrada da tripulação durante uma duração contínua de até 144 horas", escreve a NASA. "Um sistema de gerenciamento de dejetos dentro do traje é necessário para cenários de contingência ou para quaisquer tarefas de longa duração." .F
Focou??? Fúlvio Garcia
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