Mesmo não tendo uma origem cristã, o dia de finados é uma data que faz parte do calendário da Igreja Católica. .
O dia de finados não existia no calendário dos primeiros cristãos. Os cristãos primitivos professavam uma doutrina de vida alicerçada totalmente na vida eterna, ao lado de Jesus, que morreu e ressuscitou; visto deste ponto de vista, não há sentido algum em celebrar um acontecimento que representa exatamente o oposto do que se crê.
Ao longo de toda Europa pré-cristã, existiam várias tribos bárbaras pertencentes à etnia Celta; essas tribos cultuavam vários deuses e consequentemente, celebravam várias festas religiosas entre elas a dos mortos.
O avanço do império romano pela Europa, favoreceu a mistura do cristianismo puro com religiões pagãs, principalmente celtas e então a celebração dos mortos se tornou comum dentro da Igreja Católica.
Basicamente a Igreja Católica adotou a manifestação cultural de um povo bárbaro; esta não foi a única vez que isso aconteceu; em toda a sua história, ela assimilou práticas das mais diversas civilizações; um exemplo disso ocorreu aqui no Brasil com o sincretismo com as religiões provenientes da África.
O costume de orar pelos mortos numa data específica foi instituída, finalmente, por Odilon (962-1049), abade de Clunny, uma das abadias mais influentes na baixa idade média; a data ideal escolhida por ele foi o dia 2 de novembro logo após o dia de todos os santos (comemorado no dia primeiro). A obrigatoriedade se estendia a todos os monges do mosteiro beneditino e também aos fiéis que seguiam a ordem. Somente a partir do ano de 1100 que o costume se estendeu por todo o mundo cristão. Durante a reforma Lutero tentou abolir a data pagã, porém mesmo com toda a sua influência, a celebração de finados continuou forte por toda a Saxônia.
A doutrina da igreja católica, acredita que ao morrer, o espírito ainda imperfeito vai para um lugar de tormentos que não é o inferno; lá ele é preparado, isto é, purificado por um período de tempo, e só então ganha os Céus; assim, as orações dos que continuam vivos e a lembrança do ente querido que partiu é importante também para que o seu espírito consiga sair do purgatório. .F
Focou??? Fúlvio Garcia
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