Um método inovador promete acabar com as superbactérias.
Com o surgimento das super bactérias, vários cientistas nos seus respectivos centros de pesquisa entraram numa corrida desesperada para encontrar uma solução para o possível fim da era do anti-biótico. Segundo as projeções realizadas pelos especialistas, em 2050 haverão 10 milhões de pessoas mortas por infeções de super bactérias. Porém ao que parece o problema já pode estar próximo de ser resolvido, pois uma equipe de pesquisadores do Imperial College de Londres e da Universidade de Nottingham, no Reino Unido estão desenvolvendo um tratamento que não tem nada de convencional: O emprego de uma bactéria predadora.
A bactéria canibal é a pequenina Bdellovibrio bacteriovorus. Bdello em latim significa sanguessuga e vibrio, é um tipo de bactéria dotada de mobilidade. A Bdellovibrio é uma das bactérias mais rápidas que existe; essa bactéria vive livremente no solo e na água e só consegue se multiplicar no interior do hospedeiro (neste caso uma outra bactéria); ela penetra na outra bactéria e a devora de dentro para fora, sugando nutrientes e obtendo energia a partir da oxidação de aminoácidos e acetato; depois que se alimenta do conteúdo citoplasmático de sua hospedeira, ela se replica e explode dando origem a novos indivíduos. Veja o ciclo da Bdellovibrio no Focográfico
A bactéria canibal foi testada numa infecção alimentar por Shigella, uma bactéria que adoece 160 milhões de pessoas todos os anos. O resultado dos testes foram animadores, pois houve uma redução de 99,9% da infecção.
Em outro experimento, a Bdellovibrio foi usada contra larvas de peixes, eliminando 75% delas num período de 3 dias; Porém, quando as larvas também foram infectadas com as bactérias canibais, 60% delas sobreviveram, ou seja, apenas 40% foram eliminadas.
Os testes continuam e o maior desafio agora é utilizar a Bdellovibrio em infecções humanas; embora ainda não tenhamos nenhum resultado de sua ação em humanos e se será tão bem sucedida como nos testes de laboratório, a forma criativa de tratar uma infecção por superbactérias já é uma realidade. O mais interessante é que as bactérias inimigas não podem desenvolver nenhum tipo de resistência contra a Bdellovibrio, além do fato de que ela não é capaz de infectar células humanas; ou seja, não há nenhum efeito adverso à saúde.
"Estamos cada vez mais dependendo de antibióticos de última geração, e este estudo inovador demonstra como as bactérias predadoras poderiam ser uma importante ferramenta adicional para as drogas na luta contra as superbactérias". Disse Michael Chew do Wellcome Trust no Reino Unido, orgão que não esta envolvido na pesquisa.
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Focou??? Fúlvio Garcia