Antes que os grandes aviões de passageiros cruzassem o oceano atlântico, houve um outro
tipo de transporte que executava o serviço; se você pensou em navios como o
Titanic está certo, mas entre um e outro temos o balão dirigível (batizado de
Zepellin em homenagem ao seu idealizador o Conde Zeppelin) , sendo o maior e mais famoso deles o Hindenburg que
sofreu o trágico acidente em 1937.
Os aeróstatos (como são chamados os balões sem propulsão e
os balões dirigíveis) foram inventados a partir do sec. XVIII, quando o
luso-brasileiro Bartolomeu de Gusmão, fez o primeiro vôo da história com o seu
Passarola (nada mais, nada menos que um balão).
De lá para cá, os balões
evoluíram com os dirigíveis e agora a Northrop Grumman (multinacional norte
americana que atua no ramo aero espacial e de defesa) e a Hybrid Air Vehicles
Ltd desenvolveram um projeto que cria um novo dirigível (obviamente inflado com
Hélio inerte); é o HAV 304 ou Airlander. Não tem os 245 metros do Hindenburg,
mas com seus 92 metros de cumprimento, consegue ser maior que o Airbus A-380, o
747-8 e até do que o Antonov Na-225.
Início do projeto
Início do projeto
O projeto ia bem até 2013 quando foi encerrado por falta de
verbas. Daí a HAV não perdeu tempo e comprou o aeróstato e o levou para o angar
de Cranfield, o maior da Inglaterra com 245 metros de comprimento, 48 de altura
e 55 de largura, que foi usado nos anos 20 do século passado para abrigar
dirigíveis como o R 101 que teve um fim semelhante ao do Hindenburg. O
Airlander custa 60 milhões de libras (R$ 240 milhões); o governo britânico
injetou no projeto a bagatela de 2,5 milhões de libras (R$ 9,5 milhões) para
desenvolvimento de engenharia e tecnologia. "Estamos colocando
2 bilhões de libras na pesquisa e desenvolvimento numa nova geração de aviões
mais silenciosos, eficientes energeticamente e que têm menor impacto no meio
ambiente" disse o
secretário de negócios da Grã-Bretanha, Vince Cable.
A HAV pretende fabricar 10 Airlanders por ano e os
compradores mais interessados são as petrolíferas onde o moderno aeróstato será
empregado no transporte de cargas para os pontos distantes; elas possuem a
capacidade de transporte de 50 toneladas de carga, 50 vezes mais que um
helicóptero; a operação desses dirigíveis certamente será muito mais prática (ele
pode aterrissar por controle remoto) e terá um custo mais barato do que os dos
aviões, já que não será preciso pistas de pouso.
A HAV já estuda o projeto do Airlander 50 que
será 27 metros maior do que seu antecessor. Enquanto ele não sai da prancheta, o Airlander “menorzinho”
fará sua estréia no final deste ano, fazendo 2 voltas (sem paradas) ao redor do
mundo, com celebridades a bordo.
Investidores famosos
Quem disse que no mundo das celebridades só há espaço para inspirações artísticas? Pois o polivalente Bruce Dickinson, além de apresentador de programas de televisão, vocalista da mais bem sucedida banda de Heavy metal do mundo, piloto de 747 é também um dos maiores investidores do Airlander.
"Eu quero entrar nele e voar de polo a polo... Vamos voar a 6 metros acima do Amazonas, sobre algumas das maiores cidades do mundo, e transmitir tudo pela internet" disse Bruce, eufórico.
Apenas superado pelo Hindenburg
Quando o R 101 foi construído, era o maior dirigível do mundo. Possuia 236, 86 metros de cumprimento, 43 metros de altura e diâmetro de 40,3 metros, se deslocava a uma velocidade máxima de 114 km/h com velocidade de cruzeiro de 111 km/h. Foi construído pela Royal Airship works, mas o projeto de outro igual ou maior foi cancelado depois do trágico acidente que resultou na morte de 48 pessoas das 54 que estavam a borto. O R-101 foi superado em tamanho e velocidade, 5 anos depois pelo LZ 129 Hindenburg que tinha incríveis 245 metros de cumprimento, alcançando a velocidade máxima de 135 km/h. Sem dúvida era o ícone da indústria alemã e do nazismo. Depois de voar mais de 60 vezes, acabou ardendo na chegada a New Jersey em 1937. Morreram 35 pessoas, 13 passageiros e 22 tripulantes
Focou???
Fúlvio Garcia.