Por trás da idéia do Horário de Verão, estão os movimentos da Terra em torno do Sol e até a economia de cera.
O Brasil terá um novo horário nacional. Na madrugada do próximo dia 15 para o dia 16 de outubro, os relógios nas regiões Sul, Sudeste e Centro-oeste do Brasil deverão ser atrasados em uma hora no intuito de economizar energia no país. Com esse novo horário nacional, estados como Roraima e Rondônia e o leste do Amazonas, terão 2 horas a menos em relação ao horário oficial; já no oeste do Amazonas e no Acre a diferença com Brasília será ampliada para 3 horas.
O horário de verão só terminará a zero hora do dia 19 de fevereiro de 2017. Nos 4 meses em vigor, o novo horário nacional aproveitará a luminosidade dos dias mais quentes e mais longos para que haja economia de um dos recursos mais importantes dos tempos atuais: a energia elétrica.
O horário de verão não é uma forma arbitrária de economizar recursos energéticos; a base desta idéia é o movimento de translação da Terra, associado à inclinação de seu eixo, que ocasiona a variação do tamanho dos dias; no verão as noites são menores e os dias maiores; no Equador e regiões adjacentes o eixo não se inclina e a translação não tem tanto efeito; os dias e as noites tem sempre o mesmo tamanho; mas isso não impediu que o Equador adotasse, uma vez, o horário de verão.
Se há no verão mais horas de luminosidade, tudo o que se tem a fazer é aproveitá-la mais, iniciando o dia de trabalho mais cedo, assim que o Sol surge no horizonte, e encerrando também mais cedo, antes do pôr do Sol; daí, teoricamente, todo o dia de trabalho será com luminosidade natural e ocorrerá conseqüentemente maior economia de energia.
É bom ou ruim?
Embora a idéia seja economizar energia elétrica utilizada principalmente pelas lâmpadas, é necessário ter em mente que enquanto as luzes permanecem apagadas no período mais crítico do dia que é das 18 até quase às 21 horas, a estação mais quente do ano exige o uso de ar condicionados e daí o que se economiza na luz elétrica ligada nas horas finais da tarde e início da noite pode ser pouco em relação ao que é gasto nos ar condicionados durante o dia inteiro. A pergunta é: Será que compensa mudar o horário oficial para economizar tão pouco?
Além da suposta economia de energia, os defensores do horário de verão acreditam que ele proporcione maior segurança para os trabalhadores que retornam para suas casas, evitando a ocorrência de assaltos bem como de acidentes no trânsito. Do outro lado, muitos pesquisadores acreditam que por alterar o horário de sono, o emprego da medida de contenção de energia não seja saudável. Durante os primeiros 15 dias do horário de verão poderão ocorrer sonolência durante o dia, insônia, cansaço e falta de apetite. Um estudo publicado no "The New England Journal of Medicine" demonstrou aumento de pelo menos 5% de infartos do miocárdio nos primeiros dias em que o horário de verão entra em vigor.
Além de alguns problemas de saúde, a falta de sincronização dos dispositivos eletrônicos gerada pela mudança de horário pode favorecer a ação de cibercriminosos.
História do Horário de verão
Benjamin Franklin |
A idéia que originou o horário de verão permanece a mesma desde que surgiu na mente brilhante de Benjamin Franklin em 1784. Naquele tempo o cientista e político norte-americano observou que os dias no verão são um pouco maiores que nas outras estações, principalmente no inverno; daí concluiu que se as pessoas levantassem e iniciassem o trabalho mais cedo, ainda haveria luz solar quando a jornada diária de trabalho terminasse e assim, haveria menos gasto de velas; rapidamente escreveu o artigo “An Economical Project for Diminishing the Cost of Light” (Um projeto econômico para diminuir o custo da luz) no qual demonstrava o impacto econômico que aconteceria se todas as pessoas acordassem uma hora mais cedo nos meses de verão. A pouca atenção que as autoridades e a sociedade da época deu à sua idéia impediu a aplicação da medida econômica genial; talvez Franklin tenha morrido convicto que sua idéia nunca seria usada. Somente em 1895 (101 anos depois) George Vernon Hudson fez a primeira proposta oficial do emprego do horário de verão. Doze anos mais tarde, Willian Willet, membro da Sociedade Astronômica Real defendeu o uso do horário de verão no Reino Unido, mas tal como seus antecessores, sua sugestão não foi posta em prática. Em 1916 a Alemanha precisava de uma medida para economizar carvão e então adotou a idéia defendida por Willet se tornando o primeiro país da história a utilizar o horário de verão. O império Austro-Húngaro gostou tanto da ideia que fez o mesmo; logo em seguida foi a vez da França e, ora vejam, do Reino Unido; Willet morreu um ano antes de ver sua querida idéia posta em prática nos países da Europa e também, finalmente, no Reino Unido. .F
Focou??? Fúlvio Garcia