O Zika é um vírus "silencioso". Tal como um ladrão que consegue entrar numa casa de madrugada, retirar boa parte dos objetos de valor sem que ninguém consiga ouvi-lo, o Zika entra no nosso organismo, ataca as células progenitoras cerebrais (que formam os tipos especializados de células como os neurônios), impedindo assim que cerca de 20% delas consigam desenvolver neurônios e além disso, continua se multiplicando antes que o sistema imunológico seja acionado. Como resultado temos recém nascidos com pouca massa encefálica.
Uma equipe de pesquisadores do Centro Médico da Universidade do Texas descobriu que o vírus Zica possui um ponto fraco: Quando em contato com o IFITM3 (Proteína Transmenbranar induzida por Interferon 3), que aliás é produzida naturalmente pelo organismo humano, perde sua capacidade de infectar as células cerebrais e até mesmo de matar a célula.
Células com a IFITM3 aumentada tem sua membrana mais resistente e isso impede que o vírus consiga rompê-la. Assim, o segredo é aumentar essa proteína (que é comum no corpo humano) no interior das células.
“De fato, vemos que a IFITM3 permite que nossas células engulam e coloquem o vírus em quarentena parando, assim, a sua própria infecção e também a infecção de células vizinhas. Acreditamos que isso também reduz os níveis de morte celular causada pelo vírus Zika. A IFITM3 praticamente mantém o vírus Zika preso em terra de ninguém, onde não pode fazer nada para nos prejudicar”” explicou George Savidis um dos pesquisadores.
Próximos passos
A Equipe de pesquisadores irá avaliar se ratos com deficiência em IFITM3 são mais suscetíveis ao vírus, além de procurar moléculas que ajudem a aumentar os níveis da IFITM3 no organismo e com isso, estará aberto o caminho para que uma nova droga possa ser usada não apenas contra o Zika mas contra outras infecções.
Focou???
Fúlvio Garcia